04/09/2009

Ciranda

E então o que eu tinha de melhor me foi tirado, arrancado de uma vez, sem chances de negociação, sem argumentos... contra fatos, não existem argumentos.
Minha paz terminou junto com a guerra. Não tenho mais suas paredes, suas músicas, a janela. Não tenho mais os momentos que me deixavam próxima de mim mesma. Não tenho mais a luz azul. Nunca mais vi o sol nascer.
E tudo se transforma em bucólicos pensamentos, vagas lembranças. A saudade aperta mas a esperança do recomeço é real. Ainda posso tocá-lo dentro de mim. Tudo o que ficou foram as lições, as risadas e as lágrimas. O amor não deve ser medido por outra coisa, se não pela intensidade. Mesmo que breve marque para sempre.
As noites passam a ser mais frias e eu já não tenho medo do escuro. Não me incomodo com o vazio na cama. “Eu rezo pra dormir, mas Deus não quer me ouvir”. Meu teto é tão branco, lembra que eu sempre quis pintar o seu?
E cada dia que se segue eu tenho a certeza de que você não vai embora, ficará sempre ali marcado em meu corpo. Uma peça do quebra-cabeças a ser montado, uma doce lembrança da ingenuidade, da incapacidade de fazer melhor... e eu dei meu melhor, talvez não tenha sido o suficiente. Quem sabe quem nunca mereceu quem? Quem sabe nós dois éramos apenas duas crianças brincando no quintal e esperando que a chuva nos fizesse ir para casa. Pois é, está chovendo agora e eu apenas olho você brincar pela janela!

Nenhum comentário: