09/02/2010

Fé alguma...





Não duvidarei da minha fé. Nem mesmo quando tudo parecer realmente perdido e não houver direção.
Não hesitarei diante de meus sonhos e da idéia do futuro sensato, pois se sei que estou perdida, sei também que devo me encontrar.
Não escutarás palavras do meu cansaço. Se assim estiver, irei deitar e buscar novos sonhos em meu mais profundo âmago, e se assim então se desvendarem, não duvidarei mais uma vez de minha fé.
Vou continuar na dança, na rua, na melodia. Vou sentir o calor e me deixar conflagrar pelo sol que ilumina sonhos de outrem.
Vou deliciar-me com o arrepio repentino de um vento traiçoeiro, que levanta a saia da moça fazendo-a corar, mas que a mim só remete uma leve sensação de prazer.
O gosto amargo do café já frio inebriado com o odor forte do cigarro, vai me lembrar as horas que sem eles passei, os momentos que a dor física revelou-se em sua maior intensidade. Porém quando fechar os olhos ainda poderei ver tudo aquilo que sonhei em percorrer e que só pude fazê-lo por não duvidar nenhum segundo se quer de minha fé.
Grandes hastes de ferro suspensas delicadamente em meio ao caos só poderiam ser arquitetadas por mágicos dos sonhos, que não duvidaram de sua fé. E penso eu, que se podemos andar ao sub-rés-do-chão e ainda assim ver as luzes é porque um dia alguém alcançou seus devaneios.
Os passos foram dados, a sorte lançada e mesmo que idéias confusas me assustem antes de fechar os olhos e que manchas lívidas ao redor deles denunciem noites mal dormidas não duvidarei de minha fé.
Assumo com a inocência de uma criança que não sei fazê-la de outro modo e se me ajoelho diante de nada apenas para pensar, foi porque assim me foi ensinado e na insuficiência de fazer melhor, devo acreditar que assim é a fé daqueles que alcançam seus sonhos.



“Tome cuidado com o que você deseja. Você pode acabar por conseguir” Scott Flanagan

Nenhum comentário: