As noites não têm sido longas. Adormeço facilmente, tentando afastar idéias cada vez mais concretas. Os minutos que teimam em não findar. Aqueles em que me distraio do real e deixo que sua imagem assombre o que sinto de mais belo.
A ausência deve ser, entre todos sentimentos, o menos agradável e, quando é carregada pela dúvida do simples não saber, torna-se cruel.
Preciso que o tempo passe. Que lembranças se desfaçam e que a força torne a pulsar.
Não tenho pressa.
A esperança de encontrá-lo pelo caminho com o coração intacto ainda é minha melhor perspectiva.
Mas como dói o não saber.
Sinto, como se não tivesse o direito de teorizar. Você partiu e clamou para que eu esquecesse. Tirasse da memória algo que lhe parecia inconveniente. Posso manter-me ausente e ainda assim, sinto-me inconveniente.
Perco-me entre a fé e a omissão. Entre o rancor e o perdão.
Não sou tão íntegra a ponto de aceitar a derrota, mesmo que a guerra tenha chegado ao fim e eu não possa mais lutar. Talvez eu tenha vencido apenas meus demônios, noite por noite, ao adormecer com o não saber.
Mas indago quais serão os louros deste meu triunfo. Tão sem propósito e sem glória. Não me traz nenhuma verdade, se não a que teimo em descartar.
26/04/2010
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