22/02/2010

Contenda










"Quem luta com monstros deve velar por que, 
ao fazê-lo, 
não se transforme também em monstro. 
E se tu olhares, 
durante muito tempo, 
para um abismo, 
o abismo também olha para dentro de ti." 
Friedrich Nietzsche



A batalha estava travada. Uma luta intensa entre o bem e o mal. E ela sabia que dali só poderia sair um vencedor. Embora todos digam que a essência oscila entre esses dois comportamentos, não queria ver novamente, em seus próprios olhos a imagem da loucura.
Como chorou noite passada! Despida de roupas clamava qualquer esperança dentro ou fora de seu corpo. Jogada ao chão, sem forças para levantar, pode apenas encolher, e naquela cena, em uma posição quase fetal implorou que renascesse.
Procurava entre os indícios, o que estaria originando tal confusão. Tinha uma ou outra opinião, mas as achavam improváveis demais. Ela só não podia negar que havia algo maior acontecendo.
Via, literalmente os anjos que a resgatavam pela mão, quase que diariamente, segundos antes de cair, mas não encontrava a forma concreta dos demônios, que subitamente a tomavam e levavam a alucinação.
Como em um de seus livros preferidos, sentia-se personagem das histórias mais surreais fantasiadas por um homem que era julgado por seu mau gosto e exacerbada imaginação sobre-humana. Mas eram nítidas as provas, como poderia negá-las?
A subversão quase sempre a levava a insanidade e como encontrava paz nos olhos daquele menino. Temia sobrecarregá-lo com sua inconstância e o medo de perdê-lo aumentava essa desordem. Era seu mais belo anjo!
Não! Ela não quer nunca mais olhar seu semblante no espelho e entre o pranto descobrir rebentos tão profundos. Em uma moldura amarela esverdeada, não deseja ver sua própria imagem na escuridão de uma pupila dilatada.
Pode ter perdido uma batalha, mas não a guerra. Havia escolhido um lado e não teme que seja o correto!








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